AOS OLHOS DE QUEM VÊ: AS FESTAS PELO OLHAR DOS FOTÓGRAFOS E VIDEOMAKERS

17/03/2021

Festas, raves e festivais são lindos né? A gente vê nas redes sociais aquelas imagens do público alucinando de alegria, a decoração deslumbrante, a tenda, o palco e os artistas… mas já pararam pra pensar que tudo isso vem da leitura e da perspectiva dos profissionais do audiovisual que estão lá para imortalizar aqueles momentos?

Nessa matéria então quem está em foco são eles!

Créditos: Instagram: @joelsonvianafotografia
Créditos: instagram: @_cbfotografia

Geralmente invisíveis, escondidinhos atrás das suas poderosas lentes, os fotógrafos e cinegrafistas de eventos têm a nobre missão de registrar os eventos, capturando a essência da festa em fotos e vídeos por meio de um olhar aguçado e muita tecnologia! Câmeras de última geração, gimbal, drone e softwares de edição são algumas das ferramentas que esses verdadeiros artistas operam em busca do enquadramento perfeito para transmitir a energia do momento capturado!  O trabalho produzido faz parte fundamental da cadeia de produção dos eventos: seja para cobertura artística, produção de aftermovies, peças de marketing ou simplesmente revelar ao mundo a alegria e os sorrisos das pessoas na pista temos que as imagens são tão importantes quanto o evento em si!

Por isso, o Portal B2B traz para vocês a visão de três profissionais mineiros reconhecidos em Belo Horizonte pela cobertura de inúmeros eventos, raves e festivais por aqui! Num papo descontraído Allyson CamargosCurol Joelson Viana compartilharam suas experiências conosco e revelaram como é trabalhar retratando o microcosmo que é uma festa de música eletrônica, qual o olhar, postura, alegrias e desafios dessa atividade essencial e maravilhosa que é o audiovisual!

Créditos – instagram @allysoncamargos
Créditos: Presskit Jelson Viana
Créditos: Presskit Curol

Todos os três entrevistados iniciaram suas carreiras em eventos de música eletrônica de forma distinta: para a Curol tudo iniciou com parcerias com a prestigiada agência mineira Season Bookings ao fotografar eventos de psytrance e, após um tempo, foi fotógrafa exclusiva do Alok em algumas de suas apresentações; Joelson Viana iniciou no mundo audiovisual fotografando casamentos, mas logo o amor pela música eletrônica o fez migrar! Motivado pelo majestoso festival Universo Parallelo começou a investir cada vez mais nesse nicho até ter a oportunidade de fotografar o famoso produtor brasileiro Vegas (BR), a partir daí acompanhou o DJ pelos palcos em várias cidades do Brasil e se consolidou referência profissional!; já Allyson Camargos parece ter o audiovisual em seus genes: de uma família de fotógrafos e cinegrafistas, o videomaker se formou em Cinema e atuou em longas e curtas-metragens e videoclipes por alguns anos. Envolveu-se na produção audiovisual de eventos de música eletrônica após cobrir as apresentações do DJ Nill e do Rafinha Conde (dos projetos Black Jacket e Talking Dirty) na Boombay de 2015… depois disso as demandas por suas coberturas sedimentaram sua carreira de videomaker!

Allyson:  “Cara, eu tento sempre estar descansado, sorrir, brincar com o máximo de pessoas que puder e deixar todo mundo bem à vontade tanto diante a câmera, quanto diante os imprevistos da produção, além de estar sempre em busca de novidades”.

Ao lidar com personalidades famosas e em um ambiente rodeado pelo glamour artístico os fotógrafos e cinegrafistas devem entender sua função ali e não abusar dos acessos ao backstage para nada além de registrar os momentos, sobre isso dizem:

Curol: “Ter postura, respeito e evitar agir fora do contexto da função de fotógrafo. Ser humilde e paciente”.

Joelson: “A gente está ali pra registrar, e não participar da cena. ”

A preparação para execução do trabalho também é exaltada pelos três profissionais: formalizar em contrato, atenção aos horários e se atentar para possíveis imprevistos (como levar câmeras e baterias extras) e até mesmo questões menos óbvias como definir as prioridades do que será registrado – estrutura, decoração, público etc.:

Allyson: “É importante chegar cedo, observar a pista, conhecer os contratantes, definir prioridades e ter sempre uma bateria reserva. ”

Curol: “É importante ao fechar com o produtor oferecer todo seu leque de produtos, deixando claro o “antes, durante e depois”, que no meu caso também envolve um trabalho de divulgação para certos eventos, a edição e a disponibilidade das imagens em alta resolução para download e a hospedagem das fotos, em formato web, em site próprio. Com isso o produtor do evento não precisa se preocupar nem com a hospedagem do álbum! Esse é meu tipo de entrega. ”

Joelson: “O profissional precisa entender que o serviço é para o produtor do evento, por isso busco fotografar e filmar o que o evento precisa em cada momento… há fotos em que cabem uma visão mais artística, com a estrutura e espontaneidade, outras mais documentais mesmo, como os DJs e o público em geral”.

Os profissionais também compartilharam algumas dicas e ideias que desenvolveram ao longo dos anos de experiência e ao serem questionados acerca da visão que se deve ter para executar o trabalho de registrar os momentos revelam que estar atentos ao ambiente é fundamental para uma boa captura:

Allyson: “Eu tento hoje, manter um padrão de várias coisas que “deram certo” com o tempo. Em cada trabalho eu testo alguma coisa, seja uma tecnologia, uma transição, um efeito ou uma técnica… Sempre puxando pro artístico mesmo, afinal, eu trabalho com arte” – “busco deixar o vídeo da forma mais atrativa possível, para o artista/produtor e para o público”;

Joelson afirma ser necessário compreender cada festa com suas nuances, tanto em porte quanto em natureza, exemplificando que o trabalho em uma festa urbana, de caráter mais mainstream/comercial, tem diferença em relação ao trabalha realizado em uma festa underground, uma rave ou em uma pvt – e isso também varia em relação ao horário: “fotos do público a noite em uma rave, por exemplo, são mais posadas, enquanto de dia predominam as espontâneas… a estrutura física do evento também dita muito na composição do material audiovisual produzido”;

Curol menciona que é a música que vai indicar o momento: “A interpretação do contexto dos elementos nos faz preparar previamente o click. Exemplo: o momento certo de pegar fogos e efeitos geralmente é no drop. Para pegar mãos pra cima é antes do drop, e olhos fechados, durante alguma melodia”.

networking, diversificação dos produtos oferecidos e a constante inovação e atualização foram destacados pelos entrevistados:

Joelson considera que a diversificação dos serviços, de fotografias para vídeos, possibilitou um salto em sua carreira: “A fotografia é boa para se divulgar e o vídeo é bom de vender… o vídeo é para o produtor do evento e as fotos são para o público, por isso nos álbuns com muitas fotos há tanta interação, marcações e engajamento. ”

Ainda, o fotógrafo e videomaker chama atenção para a importância do ‘networking’: “Quem não é visto não é lembrado”, afirma indicando que frequentar os eventos nos quais pretende trabalhar é um ponto fundamental e que as mídias sociais, como o Instagram, possibilitaram uma acessibilidade real com produtores e artistas e deve ser utilizada.

Sobre os desafios e dicas para quem quer entrar nessa função dizem:

Joelson: “As dificuldades começam as vezes dentro de casa, por questões familiares em relação à carreira até ser reconhecido e conquistar seu espaço no mercado. Tem que ter muita resiliência, paixão e persistência para conseguir se firmar, esse é o maior desafio. ”

Allyson finaliza dizendo que o maior desafio atualmente é o de se manter atualizado: “eu estudo todo dia, assisto coisas, busco referências, invento técnicas.“.

Aos que querem iniciar nesse mundo o cinegrafista adverte: Primeira dica, você não vai ficar rico (risos)! Bom, eu não sei bem se é uma dica, mas eu acho que tem que fazer por amor… dá pra aprender muita técnica em cursos caros e até em vídeos grátis na internet, mas o “feeling” mesmo da parada, tem que vir de dentro. ”

Por fim, ao tratar sobre a (des)valorização do profissional do audiovisual Curol e Joelson apontam que a postura do fotógrafo/cinegrafista “se prostituir” para participar, seja estarem ali pelo status ou topando permutas, contribui para desvalorização da atividade.

“O contratante deveria ser racional e pensar na qualidade da cobertura pois a mesma é um investimento de marketing. Deveria levar em consideração que muitas vezes “o barato sai caro” na tentativa de economizar. O histórico de fotos de qualidade, produzidas por um profissional valorizado, servem durante anos para a produção de peças publicitárias.” Afirma Curol.

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