A montagem de um Line Up não é fácil, às vezes o mais fácil é escolher a atração principal, mas por trás de toda grande atração, existe um grande DJ para o Warm Up. Preparar a pista para a atração principal é uma tarefa muito difícil e às vezes pouco valorizada pelo público, não se resume a tocar o que vem à mente, isso pode atrapalhar a festa e comprometer as demais atrações.
O Warm Up exige muita habilidade e versatilidade do DJ, além de uma boa leitura da pista, sendo fundamental conhecer os artistas que se apresentarão na sequência e o evento em que está tocando, fazendo um set cadenciado e, ao mesmo tempo, animado.
Para conhecermos mais um pouco sobre um bom Warm Up, convidamos o rei dos Warm Ups de Belo Horizonte, Pedro Neves, que já dividiu palco com grandes nomes como Amanda Chang, Blancah, Boghosian, Dashdot, Digitaria, Eli Iwasa, Fabricio Peçanha, Leo Janeiro, Gabe, Gui Boratto, Fran Velasquez, Funky Fat, DJ Meme, Kolombo, Phonique e Danny Daze, além de outros grandes nomes da cena mineira como Válber, Robinho, Daniel D e Anderson Noise.
Pedro Neves é um DJ que possui um som underground, porém sua versatilidade e qualidade como DJ permitem que ele faça parte dos lines ups tanto comerciais, como BH Dance Festival, e underground, com Warung On Tour. Tocando em eventos com DJs que variam entre Kolombo e Charlotte de Witte, a Avicii e Alesso.
CONFIRA A ENTREVISTA COM O REI DOS WARM UPS DE BELO HORIZONTE, PEDRO NEVES:
Você está sempre presente nos nas melhores festas de BH, tocando com os melhores DJs do Brasil e do mundo, reponsabilidade grande, não é mesmo?
Pedro Neves: “Baita responsabilidade! Muita gente não tem noção, mas o Warm Up é a base da festa! Se você erra na escolha do DJ de Warm Up, o próximo DJ tem que começar do zero e refazer tudo, tem que construir a pista toda de novo!”
Warm Up sempre foi o seu ponto forte? Como você começou?
Pedro Neves: “Meu primeiro contato com um Setup foi em 2005, mas a coisa começou a ficar séria mesmo em 2007 depois que um amigo trouxe dos EUA um par de CDJ 200 e um Mixer DJM-400 (que está comigo até hoje). Naquela época não era igual hoje que você compra equipamento com muita facilidade, principalmente se tratando de controladoras. Eu ia pra casa dele e treinava o dia inteiro, durante horas. Aprendi a tocar sozinho, na marra! Não existia escolas de DJ igual hoje em dia.
A minha relação com o Warm Up foi um caso “cômico” que aconteceu em 2009 quando eu ainda sem feeling de pista, atropelei a apresentação de uma dupla, Rey Verçosa e Fran Velazquez! Além de eu ter levado um baita esporro, eles tiveram que refazer a pista inteira! Desde esse dia tomei gosto pelo Warm Up e nunca mais larguei! Warm Up é uma arte e admiro quem sabe fazer!”
Como você se prepara para cada evento?
Pedro Neves: “Não tem como se preparar 100% para cada evento! Ao meu ver, não tem como prever 100% como vai ser a pista! Você pode ter uma ideia do que vai tocar no club ou festival, mas chegando lá tudo pode mudar!”
Quais referencias você tem para preparar fazer um Warm Up?
Pedro Neves: “Gosto muito do Deep House raiz, de produtores como Jimpster, Mihai Popoviciu, Evren Ulusoy, Pablo Bolivar entre outros! A lista é extensa! Gosto de uma linha mais clássica e ao mesmo tempo com Groove!”
Qual a maior responsabilidade de abrir uma pista que você já teve?
Pedro Neves: “Em primeiro lugar, Warung Tour BH sem sobra de dúvidas! Quem está numa pista dessas entende muito de som e sabe tudo que o DJ está fazendo! Warung Tour é aquele tipo de festa que o front importa muito mais que o camarote!
Em seguida carrego comigo as 4 edições que toquei do BHDF e vários Warm Ups no Deputamadre. Alguns para o Gui Boratto foram icônicos!”
Você acha que o público consegue reconhecer a importância de um Warm Up?
Pedro Neves: “Quem entende de música eletrônica percebe! O público está chegando na balada, estão todos sóbrios ainda e é muito mais fácil diferenciar a música boa da música ruim!”
